
Vou agora ao teu encontro
e não mais voltarei da entrada do portão.
Não me negarás, por certo, a tua face
porque sou ovelha perdida do rebanho.
Porém, esbarrei em ti, por acaso, a essa hora
e num momento, quem sabe, ainda inoportuno.
Serei livre agora?
Por que Senhor?
Por que hoje e não ontem?
Por que, se tantas vezes te busquei
E tantas vezes
me confundistes ao amanhecer,
e à noite, minhas preces, tantas vezes,
Pareciam em vão.
Chorei pela última vez aquele dia,
E pouco a pouco,
afastei-me de ti a passos lentos.
Fui tão longe em meu querer
E enquanto eu ia e vinha, sem saber,
O amor emudeceu no peito meu.
Os lírios murcharam em minhas mãos vazias,
tão inúteis e as lágrimas secaram
Em meus olhos, como pedras de cristal.
Fui egoísta sim, em meu sentir.
Travei a boca omissa, pecadora
E nada mais eu fiz.
Perdão, Senhor, mas creia-me que,
se nada eu fiz em negligência,
é porque nada sabia de ti,
e quase nada eu tinha para te ofertar.
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